O que você vê da sua janela?
- Mariana Andrade
- 18 de jul. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de jul. de 2021

Muito mais do que uma abertura ou um vão na parede, janelas são símbolos. A própria palavra janela, tão cotidiana, transmite mensagens e revela muito da nossa história.
Nem sempre o substantivo janela predominou no vocabulário da língua portuguesa. Houve um tempo, que o designativo mais popular para janela, era fenestra.
A exemplo o poema Cortesia, de Carlos Drummond de Andrade
"Mil novecentos e pouco. Se passava alguém na rua sem lhe tirar o chapéu. Seu Inacinho lá do alto de suas cãs e fenestra murmurava desolado"
Fenestra, do latim fenestra, tem a mesma matriz do francês fenêtre, do italiano finestra, e alemão Fenster, que por sua vez, representam: abertura para a luz, brecha, entrada, oportunidades, ou seja: janela.
Mas então, porque janela?
Não se sabe ao certo o motivo pelo qual fenestra caiu em desuso, porém, em substituição a ela, e com um contexto um pouco diferente, também do Latim vem a palavra Januella, diminutivo de janua ("porta", "entrada", acesso"), surge dai a nossa conhecida janela.
A origem etimológica da palavra oriunda de Jano. Segundo o Wikipédia "Jano (em latim: Janus) foi um deus romano das mudanças e transições, como pode ser visto nas citações "Jano tem poder sobre todos os começos (...)"[1] e “Em poder de Jano estão os inícios”,[2] em relação às mudanças (inícios, começos)".
Desta forma, entende-se que mesmo no sentindo concreto ou figurado, a janela assume um papel que ultrapassa as dimensões da parede. Ela é um recurso de conexão entre as pessoas e o mundo, a consciência e a natureza. E por mais que hoje, o simples ato de olhar pela janela, em uma sociedade obcecada por produtividade, possa parecer um desperdício, ela continuará lá, esperando uma brecha no seu tempo para você poder ter acesso a um mundo de oportunidades.
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